Superfície Ocular
A superfície ocular é composta pelo filme lacrimal (lágrima), pela conjuntiva e pela córnea. O filme lacrimal, que é o nome dado a lágrima que recobre o olho, é responsável pela lubrificação das estruturas externas e pela oxigenação da parte externa da córnea. Pode estar alterado em diversas situações, causando olho seco. Desde a diminuição da produção de lágrima que ocorre secundariamente a muitas doenças reumatológicas, principalmente a artrite reumatoide, até pela alteração da sua composição devido a blefarites (inflamação das pálpebras e das glândulas lacrimais acessórias) ou pelo excesso de evaporação, que ocorre em pessoas que não piscam o suficiente, por exemplo. Um diagnóstico adequado do olho seco deve ser feito pois cada uma destas alterações tem um tratamento específico. A conjuntiva é uma membrana que recobre toda a superfície do olho, exceto a córnea, e a parte interna das pálpebras. Por ser altamente vascularizada é a primeira a sofrer com alergias, infecções e inflamações. Qualquer alteração da conjuntiva pode provocar um olho vermelho e o diagnóstico correto da conjuntivite (ou de qualquer outra doença ocular) é fundamental para o tratamento adequado. A córnea é a lente mais externa do olho, como se fosse um vidro de relógio. É uma lente transparente, sem vasos e homogênea. O especialista em córnea cuida das doenças que afetam a córnea: ceratites (infecções e inflamações), degenerações, distrofias e ectasias. A patologia de córnea mais frequente no nosso meio é o Ceratocone. Para saber sobre ceratocone leia abaixo* * Ceratocone é uma ectasia em que a córnea vai afinando e aumentando a sua curvatura. Com o progredir da doença um astigmatismo irregular e assimétrico vai surgindo e provocando uma perda progressiva da visão. O tratamento vai desde a prescrição de óculos associada ao tratamento da conjuntivite alérgica, frequentemente associada ao ceratocone, até a adaptação de lentes de contato especiais ou procedimentos cirúrgicos. Atualmente temos lentes de contato rígidas e lentes de contato esclerais, que proporcionam conforto e uma melhora significativa da visão. Para os ceratocones em progressão está indicado o procedimento de crosslinking que visa enrijecer a córnea para que o ceratocone pare de progredir. Para os cones mais evoluídos que não conseguem ter boa visão com óculos e que não se adaptam a lentes de contato, pode ser indicado a cirurgia de colocação de um anel intraestromal na córnea. O transplante de córnea mostra-se como a última opção quando nenhum outro recurso funcionou.